A principal diferença é que os desenhos tradicionais são rabiscados apenas em duas dimensões – a largura e a altura – , enquanto os desenhos em 3D, na verdade chamados de gráficos, utilizam truques de computador para simular uma terceira dimensão. Graças a isso, longas-metragens recentes de animação, como Shrek ou Jimmy Neutron, ganham profundidade, textura e iluminação mais próximas da realidade – mesmo sendo exibidos em telas de duas dimensões, como as da TV e do cinema.
A caminhada para chegar aos efeitos fantásticos de hoje começou, por incrível que pareça, no século 19, com a criação de uma técnica chamada estereoscopia. “Os inventores conseguiam aumentar a profundidade de uma imagem usando binóculos de madeira com uma foto em cada lente. Como cada uma delas filtrava determinados raios de luz para captar imagens diferentes, criava-se a ilusão tridimensional.
É o mesmo princípio dos óculos de cinema 3D: nesses lugares, projetam-se duas imagens simultâneas na tela”, diz o artista gráfico Alceu Baptistão, diretor de uma empresa de animação especializada em 3D. Entretanto, a técnica só decolou mesmo décadas depois, por volta de 1960, com as primeiras pesquisas de computação gráfica nos Estados Unidos. Naquela época, apenas as máquinas mais potentes, restritas às grandes universidades, tinham poder de processamento suficiente para gerar imagens virtuais. A popularização dos gráficos em 3D aconteceu 25 anos depois, com a chegada de softwares e computadores pessoais mais poderosos. “No começo, os desenhos eram frios e irreais. Mas, hoje, ninguém duvida das vantagens de um 3D bem feito”, afirma Alceu. Que o diga Hollywood, que economiza na construção de cenários que poderiam atingir preços exorbitantes – como o Coliseu romano do filme Gladiador – e poupa dublês na hora de filmar cenas muito perigosas. (fonte;Mundo estranho.abril.com.br)